Entender a forma de olhar e interpretar o mundo do artista francês é um dos objetivos da exposição "Monet: a experiência imersiva", no Centro de Artes Visuais Ideal de Barcelona. Através de projeções de grande formato em 360 graus (com 30 projetores laser) e de simulações de realidade virtual, os visitantes podem não só entrar nos quadros do pintor, como também viajar até aos lugares mais importantes da sua biografia. A proposta desta exposição encaixa perfeitamente no triângulo "arte, ciência e tecnologia" que Jordi Sellas, diretor do centro, aponta como pedra angular da filosofia de trabalho do Ideal.
Nesta mesma intersecção, encontram-se as obras do coletivo Ouchhh, com sede em Istambul, as quais, explica Sellas, procuram mostrar "como os zeros e uns, os bits, se podem transformar em algo físico, quase orgânico". Para a sua exposição imersiva POETIC AI, o coletivo selecionou cerca de 20 milhões de linhas de texto extraídas de diferentes livros e artigos escritos por cientistas de grande relevância e introduziu-as num sistema de inteligência artificial. Este software criou um novo discurso através de big data em tom poético que pode ser projetado em 3D. O coletivo Ouchhh, cujas obras foram expostas nos principais festivais e encontros artísticos digitais do mundo, caracterizou-se em todos os seus trabalhos pelo seu espírito multidisciplinar e pela sua capacidade de conjugar formatos e plataformas como a escultura cinética, o video mapping ou o 3D.
Natalia Sprenger mergulhou em ambas as exposições e comprovou se, como assegura Sellas, o centro Ideal é um modelo do futuro que espera o cinema e os museus.
Entrevista e edição: Natalia Sprenger | Maruxa Ruiz del Árbol | Ainara Nieves
Texto: José L. Álvarez Cedena
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