Assim serão as transmissões de eSports da próxima geração - Vodafone Future

Assim serão as transmissões de eSports da próxima geração

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MIKE SEPSO

CEO da Major League of Gaming


Em abril deste ano, o presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse que não estava "muito certo de que os eSports sejam um desporto", acrescentando que muitos deles "são contrários aos valores do Olimpismo".

Essas declarações, que obviamente não caíram bem na crescente comunidade de fãs, pareciam fechar a porta à inclusão dos eSports nos Jogos. Ou, pelo menos, empurravam-nos muito para a frente no tempo. Mas, curiosamente, o mesmo Thomas Bach há umas semanas, numa entrevista para a imprensa chinesa, disse que os eSports poderiam fazer parte da lista de desportos olímpicos num futuro próximo, embora pusesse condições: "queremos promover a não-discriminação, a não-violência e a paz entre os povos, algo que não corresponde aos videojogos em que há violência, explosões e mortes, por isso há que traçar um limite claro". Para além da discussão sobre se os videojogos podem ser considerados desporto ou não, e o reconhecimento (que provavelmente não precisam) que significaria estar nos Jogos Olímpicos, a mudança de critério do presidente do COI responde a um facto indiscutível: a exuberância de uma indústria que não para de crescer na economia e de conquistar fãs, especialmente entre os mais jovens. Para aqueles que ainda identificam os videojogos com um passatempo e pensam que a profissionalização desta atividade é uma mera exacerbação de algo exclusivo para crianças, Michael Sepso, CEO da Major League of Gaming (a maior competição do mundo), faz um paralelismo com outros desportos "se pensarem nos desportos tradicionais, há uma grande diferença de níveis. Um jogador profissional é significativamente melhor do que um amador e o mesmo acontece nos eSports. Todos podem jogar Overwatch ou Call of Duty, mas um profissional é muito melhor que outro qualquer". Enfrentar um deles seria como tentar jogar ténis contra o Rafael Nadal: muito provavelmente só veriam a bola quando pegassem nela para a apanhar do chão depois de cada ponto.” Na última edição do GameLab Barcelona, ​​Sepso destacou a força económica das competições profissionais para convencer os incrédulos dos eSports e até ousou afirmar que estes "não precisam da televisão, mas a televisão é que precisa de nós para se ligar a um público mais jovem". E acrescentou: "Os eSports estão em toda parte e são um tremendo canal de publicidade. Chegou-se a falar de uma bolha, mas atualmente já não há uma bolha, mas uma onda". A Major League of Gaming contempla esta sinergia entre os meios de comunicação social, os videojogos e os eventos em direto, trabalhando simultaneamente para tornar a experiência de ver uma das suas competições algo comparável a um jogo da NBA ou da Liga dos Campeões. Sepso também acredita que os videojogos têm uma vantagem sobre os desportos tradicionais na hora de se converterem em espetáculos de massas, visto que desde o seu nascimento foram direcionados para o público jovem e global: "é um mundo que continuará a inovar e a crescer, por isso creio que o futuro dos eSports será incrível".

Texto: José L. Álvarez Cedena

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